SAIBA MAIS SOBRE A ESPASTICIDADE E O TRATAMENTO COM TOXINA BOTULÍNICA (BOTOX®)

O tratamento da espasticidade com a toxina botulínica tipo A, que é produzida pela bactéria Clostridium botulinum e uma das opções terapêuticas no manejo da espasticidade em adultos e crianças. 

A espasticidade é uma alteração motora caracterizada por hipertonia e hiperreflexia, secundarias a um aumento da resposta do reflexo de estiramento, diretamente proporcionais à velocidade do estiramento muscular. É um dos sintomas mais frequentes e incapacitantes observados nos indivíduos com lesão do sistema nervoso central, no qual está comprometido o neurônio motor superior. Esse sintoma se encontra em diferentes doenças como paralisia cerebral, a lesão medular e a lesão encefálica. A fisiopatologia da espasticidade ainda não está totalmente esclarecida, porém existe um consenso de que se produz a perda das vias inibidoras descendentes, que controlam o reflexo do estiramento e trazem como resultado a liberação da modulação supra – segmentaria e hiper-excitabilidade dos motoneurônios. 

Quadro Clínico 

Os sinais característicos da espasticidade são o aumento do tônus muscular e a exacerbação dos reflexos profundos. A hipertonia muscular se caracteriza pelo aumento da resistência do músculo ao estiramento (sinal da navalha) e predomina nos músculos antigravitacionais. Na hiperreflexia se observa um aumento quantitativo da resposta do músculo estimulado devido à diminuição do limiar da estimulação e ao aumento da área reflexógena. A interrupção desse reflexo exacerbado origina o clônus. Outros sinais presentes na espasticidade estão subdivididos nos sinais deficitários (negativos) e nos signos de liberação (positivos), conforme a seguinte tabela. 

Sinais deficitários e de liberação observados na espasticidade 
Sinais deficitários (negativos) Sinais de liberação (positivos) 
– Diminuição da força muscular, paralisia  – Hipotrofia muscular  – Perda do controle seletivo dos movimentos  – Lentidão dos movimentos  – Sincinesias   – Sinais de Babinski  – Liberação dos reflexos polissinápticos 

É importante notar os sinais que derivam da espasticidade – comprometimentos secundários – e os agravantes descritos a seguir. 

Comprometimentos secundários e fatores agravantes da espasticidade  (Calderón – Gonzales 2002) 
Comprometimentos secundários Fatores agravantes 
– Alterações visco-elásticas do músculo  – Contraturas musculares   – Fibrose  – Atrofia – infecções urinárias           – Alterações climáticas  – Úlceras por decúbito        – imobilidade   – Distensão visceral             – Lesões ungueais  – Fatores emocionais  
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